sábado, 10 de outubro de 2009

Procrastinando os Gadgets

Estava escrevendo cotidianamente. Certas coisas me fizeram perder tal gana. Prefiro não passar a listar as falhas do nosso caráter coletivo, e apontar o dedo pode ser um esforço inútil, apenas para aumentar nosso já imenso sentimento de culpa, e provocar o escárnio, a ira, a apatia, o desânimo.
Ter um site, blog, Twitter começa a ser percebido como básico e default. Começam a amadurecer os novos conceitos de cidadania digital, e então as muitas vozes que nunca tiveram espaço finalmente vão conseguir elaborar uma ideia, evoluir para um discurso, criar uma nova inspiração, motivar uma nova filosofia.
Há tempos tento decidir sobre o que vou escrever no próximo e no próximo post. Tenho vários rascunhados. Porque não terminá-los de uma vez e logo publicar? Talvez possa atribuir uma parcela de culpa devido ao perfeccionismo antiprodutivo que faz com que eu nunca fique satisfeita com certos textos, e um tanto por conta das atribuições mais urgentes do dia a dia; sem esquecer da parcela substancial de culpa a ser imputada à síndrome de DDA que faz com que eu me distraia acompanhando o Twitter ou navegando aleatoriamente pela rede, ocupando-me com afazeres geralmente mais prazerosos e/ou descompromissados.

E assim, acabo por parafrasear na vida real aqueles versos de Fernando Pessoa: "Ai que prazer/ não cumprir um dever./ Ter um livro para ler/ e não o fazer!"

Mas quer saber? "Amanhã" eu escrevo.

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