terça-feira, 23 de julho de 2013

"Quando ando no meio de outras pessoas não me sinto bem. O que elas falam e o intusiasmo que demonstram nada têm a ver comigo. O mais curioso é que justamente quando estou na companhia delas é que me sinto mais forte. Me vem a idéia seguinte: se podem existir só com esses fragmentos de coisas, então eu também posso. Mas é quando estou sozinho e todas as comparações se reduzem a mim mesmo contra ahistória, contra o meu fim, contra as paredes, contra a minha própria respiração, que começam a ocorrer coisas estranhas. Sou um sujeito evidentemente fraco. Experimentei ler a bíblia, os filósofos, os poetas, mas para mim, de certo ponto, erraram de alvo. Ficam falando de uma coisa completamente diversa. Por isso há muito tempo desisti de ler. Encontro um pouco de conforto na bebida, no jogo e no sexo, e dessa forma me assemelho bastante a qualquer membro da comunidade, da cidade e do país; a única diferença é que não tenho o menor interesse em “vencer”, constituir família, ter casa própria, um emprego respeitável etc e tal. Portanto, lá estava eu: sem ter nada de intelectual, de artista; nem tampouco as raízes redentoras do homem comum. Me sentia dependurado com uma espécie de rótulo indefinido e muito receio, sim, que isso marcasse o início da loucura."

- Charles Bukowski.

domingo, 26 de maio de 2013

O apito do guarda noturno assopra
Só pra me lembrar que acabou.
O muro separa o mundo lá fora...


o sentido das letras vem quando se menos espera

quinta-feira, 11 de abril de 2013

daí, já na tristeza e melancolia, e-mails antigos voltam como resquícios de um passado incapaz de ser repetido. E a vida vira uma saudade. E o medo do amanhã transborda em mim. Haverá amanhã?

Eu já vivi a felicidade um dia.

††† Lili Beth - 19/11/1998 - 10/04/2013 †††

Estou vivendo mais um dos dias mais tristes da minha vida..



Lembro-me de quando eu insistia para meu pai me dar um cachorrinho. No meu aniversário de oito anos, ganhei um quebra-cabeça onde, com cem peças, eu precisava montar um Yorshire. Foi quando me apaixonei! Queria um igualzinho ao da foto. Montava 4, 5 vezes ao dia o desenho e ia com variados argumentos (alguns nem tão plausíveis) tentando levantar alguns motivos para ganhar esse presente. Foi quando, algum tempo depois, na volta do colégio, dei de cara com você. Eu tinha nove anos. Abri a porta de casa, vi xixi e jornal por toda parte e uma cachorrinha, ainda com meses, que mais parecia o Demônio da Tazmania, de tão arteira. "Ela é minha? Não acredito, obrigada pai!" E desde 1998, dávamos a ela todo amor e carinho do mundo. Nitidamente, recordo da cena: eu na sala, sentada no chão, te dando um ursinho que eu havia ganhado de aniversário, mas que eu não brincava. Ele se tornou seu “filhinho”, seu companheiro por todos esses anos. “Lili vai ser o nome dela! Lili Beth!”, dizia toda orgulhosa, te batizando, nesse mesmo dia, depois de cogitar muitos outros nomes. E você foi minha companheira por todo esse tempo... a primeira vez que andei sozinha na rua, foi para te levar para passear. Colocava lacinho em sua cabeça, colares que eu mesma fazia para você, coleira, e lá estávamos nós no calçadão. Me sentia protegida, pois mesmo sem meus pais, tinha você. Dava a volta no quarteirão e me sentia importante por, no auge de meus nove anos, poder levar “minha cachorrinha para passear”.

Em momentos de alegria, outros de tristeza, onde me encontrei muito mal, você esteve ao meu lado, com esse olhar atencioso, me dando lambidas e abanando o rabinho por simplesmente “me ver”. Me sentia tão amada! A cachorrinha de Copacabana veio para São Paulo conosco. Era a carioquinha do pedaço! E esteve até hoje, dando muitas alegrias a todos nós.

Te amarei pra sempre! Nada vai tapar esse buraco no meu peito e sei que por dias e dias as lágrimas vão escorrer, como escorrem agora, ao recordar de tantos momentos, os nossos momentos. Fique em paz, agora você já pode descansar.. vou sentir MUITO sua falta. Se existe um "céu para cachorrinhos" eu não sei, mas com certeza você virará um ANJO, por tudo de bom que trouxe para a vida de minha família. Desculpa não termos conseguido parar sua dor, você a aguentou em silêncio, sem querer nos preocupar. Sentiremos muito, MUITO a sua falta. Como pode um ser tão pequenininho deixar um vazio tão gigantesco? =z

Mesmo se tivermos outros bichinhos no futuro, você sempre será a Lili, a minha filhinha por 15 anos, onde, mesmo sem dizer uma palavra, me ensinou o sentido mais puro da palavra AMOR. ♥

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

“Vai devagar… Pensa duas, três, quatro, quantas vezes forem necessárias pra não fazer bobagem. Cuida do teu coração, cuidado com quem você deixa entrar. Espera o tempo passar. Acredita menos… As pessoas não são tão legais quanto aparentam ser. Quem acredita menos, sofre na mesma proporção. Até quando você achar que é verdade, desconfie um pouquinho. Faz bem não se entregar totalmente logo de cara. Se arrisca mais, por você. Tenha coragem para dizer tudo que tens aí guardado. Seja forte para conseguir se manter calada perante alguns. Muda de rumo. Quando te mandarem ir por lá, vai pelo outro caminho. Ou vai apenas, pelo caminho do teu coração. Se você não aguentar mais fingir… Chore. Depois que você acabar de chorar, vai sentir-se mais leve. E então vai levantar a cabeça, lavar o rosto, pôr uma roupa bonita no corpo, um sorriso escandalosamente lindo no rosto e dizer que chega, que você vai é ser feliz. Eu sei, é assim mesmo. E vai funcionar! Não diga “nunca”, nunca. Irônico, não? Mas não diga. Porque essa vida é incrivelmente engraçada. Mais uma coisa. Você não pode ter medo que as pessoas te machuquem, viu. Porque as pessoas vão te machucar de vez em quando, até mesmo aqueles que você mais confia e admira. Não vão fazer por mal, mas somente porque são humanos. Cometemos erros ridículos com pessoas maravilhosas. Faz parte. Não esquece que cada um é cada um. Somos diferentes. Graças a Deus, somos. Vive um dia por vez, sem pressa e sem querer ser mais rápida que o tempo. E por favor, vai ser feliz, que tu ainda tem muito por viver.”

- caio Fernando de Abreu