segunda-feira, 1 de março de 2010

Única e Exclusivamente para a Maninha.


Meu coração poucas vezes ficou tão apertado como nestes últimos dias.

Sempre que há noticiários sobre desastres, feridos, tiroteios, tsunamis, terremotos, a população entra em choque. Sinto por tudo isto que ocorre, mais ao mesmo tempo creio que nada possa fazer. Não sair feito louca com uma arma na mão misturando Counter Strike com a vida cotidiana já é um começo. Porém, fenômenos naturais nada tem a ver diretamente com o comportamento do ser humano. Indiretamente, há muito o que culpar a todos nós pelo que está acontecendo. Não quero nem entrar no mérito de Aquecimento Global, efeito estufa, CFC’S, poluição, etc. Não que isto deva ser deixado de lado. Não que não haja importância. Mas o motivo pelo qual aqui venho escrever é outro.

Sempre fico muito perturbada quando ouço falar desses fenômenos naturais, que de uns tempos para cá vêm ocorrendo com freqüência em nosso planeta. Isso deveria ser assustador, podendo ser interpretado como um indício de que as coisas não estão caminhando como deveriam. Mas o ser humano não liga... e eu até então nunca tinha dado a devida atenção.


Um grande exemplo que pode ser dado é o terremoto do Haiti, ocorrido no dia 12 de janeiro. Ao menos 200 mil pessoas morreram. Era o país mais pobre das Américas... e nós aqui, sãos e salvos, tentando se colocar no lugar destas pessoas que possuem parentes no local, e dos que lá moravam... Unimos nossas forças e enviamos ajuda às vitimas. Mas até então, não mexeu diretamente conosco.


Como disse no início do texto, meu coração este final de semana parecia que ia sumir dentro de meu peito. Outro terremoto. Mais destruição. Caos. Desta vez, não foi no Haiti. Por um lado, agradecemos por Deus tê-los poupado de mais sofrimento. Mas, por outro...


Minha irmã. Aquela que partiu no início do ano passado, deixando-me uma imensa e incessável saudade, aquela por quem eu torço pra que tudo dê certo em sua vida, para que ela seja feliz, mesmo longe. Minha maninha estava lá. Não só ela,como toda sua família., exatamente no ponto do epicentro do terremoto: Concepción.

Não sabia o que fazer. Não tinha telefone, estavam sem luz. Informações a cada instante nos noticiando o pior. Recorri a nossos amigos, mas ninguém sabia de nada. Comecei a me culpar, pensando “mas que merda de irmã eu sou?”, mas isso não adiantava. Grudada no rádio e na TV, esperava ansiosamente por alguma notícia.

Só quem já passou por isso pode definir o que se sente na hora do desastre. Não sei nem se eu possuía coração na hora. Ele parecia nem bater, tamanho o nervoso. Tentei me acalmar. Respirei fundo. Lá dentro, sabia que estava tudo bem. Sabe, tínhamos uma ‘ligação’...sabíamos quando a outra não estava muito bem. Não sei explicar exatamente,mas sabia que estava bem. Ou isso era minha mente tentando me aliviar um pouco da dor, e me confortar.
Porém, não sabia em quais condições. Isso me apavorava. Com tantos pensamentos, dava-me vontade de sair correndo e ir até o local, mesmo sendo impossível. Aeroportos e estradas fechadas. O que poderia eu fazer?

Inútil. Isto me definia no momento. Restava-me sentar e esperar por mais informações.
Foi quanto, só pelas 18hrs da tarde (o terremoto ocorreu às 03:30 da manhã) recebi a notícia de que todos estavam bem. O alívio foi tanto que cheguei a me arrepiar. A vontade que eu tive era de gritar bem alto para os céus “OBRIGAAAAAAAADAAA!!!”.

(estou emocionada agora só por lembrar)

Hoje, dois dias depois do acontecido, estão todos bem. O país ainda está em alerta, e ela e sua família estão dormindo em local público, devido ao risco de desabamento ao voltarem para casa.
Queria muito ajudar. Prezo muito por todos eles, não preciso aqui dizer o quanto. Nosso relacionamento é mais que amizade,é pureza. Algo mais especial do que eu possa aqui descrever.

O Brasil está de portas abertas esperando vocês. Eu estou de portas abertas, mana.

Contem comigo.

Se cuida.

Este é um triste consolo, em meio a um país desolado, atingido pela dor.

Neste post não sou "Fernanda Martinelli", a estudante de jornalismo. Sou a Broda que sofreu como os que possuiam parentes e amigos no local.

Um comentário:

Jessica disse...

Pra ela ter feito um Post só pra mim, eh porque a coisa foi feia. huahuahua
Só de ver a minha foto ali, ja meu deu ganas de chorar.
No momento do Terremoto, eu estava em uma discoteca no segundo piso. Foi tanto panico tanto medo que nao me ocorreu mais nada alem de orar. Pessoas gritando e saqueando lojas. O chao balançava tanto que apenas podia imaginar: É o apocalipse e eu estava numa balada. Tem morte mais feliz que essa?
Depois do "Tumulto", eu pensava: e agora? meus amigos no Brasil? devem pensar o pior! A Fernanda!! minha mana! Meus amigos... meu amor! Que faço eu aqui pra tranquilizar a todos ?! Nem a descarga do banheiro funciona!!!
panico geral. =/

Agora, o País com a Solidariedade ao maximo, tenta ajudar cada cantinho do mesmo. =')
Vizinhos todos os dias perguntam se tem um pedaço de algo pra comer
policia por todas as partes protegendo os cidadaos...
Aqui, ja esta se trankilizando...

Eu ainda peço que Deus volte seus olhos sobre o Haiti.