quarta-feira, 19 de maio de 2010

Sempre que vou deitar, já tarde da noite, costumo tomar um copo d’água. No caminho para a cozinha, refletia sobre minha vida, conquistas e metas futuras.

Talvez exista uma verdade absoluta. Quem sabe sejamos todos? Talvez exijamos demais que alguém nos compreenda, quando estamos aqui por algo maior, e que não necessariamente se deve explicar. A questão é que sempre quero estar um passo à frente de tudo; todavia, as coisas nem sempre podem ser assim. Fico imaginando o que virá depois, e depois, e depois. Mas, e depois?

Nossas impressões e experiências pertencem somente a nós mesmos, e por mais que compartilhemos algumas vivências com certas pessoas, sem dúvida alguma essas pessoas vivenciaram a mesma experiência por uma ótica diferente.

Por mais que eu tente descrever o pôr-do-sol mais belo de minha vida, você nunca o verá. Por mais que (suponhamos) as máquinas fotográficas ou filmadoras conseguissem copiar com exatidão todas aquelas cores e nuances das mudanças de coloração decorrentes do nascer do Sol, talvez jamais sejam capazes de registrar a sensação do vento a bater em minha face naquele instante, ou cheiro suave da brisa da manhã que eu sentia naquele momento e, principalmente, nunca conseguiria registrar e transmitir o prazer que senti ao observar aquele crepúsculo. Por esse motivo, há sempre algo nesses fins de tarde que são somente seus e de mais ninguém.

O mesmo ocorre em nossas vivências... talvez por isso sejamos sós. Mas não estamos a sós...Em miúdos: ninguém é capaz de captar nossos sentimentos, pensamentos, angústias e aflições, todo o mar de sensações internas que se passam no nosso espírito e que ainda que assim desejássemos, talvez não nos fosse possível transmitir a outrem esta profusão de sensações associadas às menores experiências do nosso cotidiano. Porém, estamos juntos. Isso é o belo da vida!

Essa troca de afetos, sensações, experiências, toda essa relação humana. Não sabemos qual o maior objetivo do outro. Estamos em busca dos nossos. No fundo, todos estamos aqui lutando não pela nação, não pela coletividade, mas por nós mesmos. Pela nossa alma, pela nossa existência, pelo nosso aprendizado enquanto espírito.

Pessoas cruzam nosso caminho, e acredito eu que não seja por acaso. O Universo está interligado. Há uma força que fez com que meu pai fosse “meu pai”. Uma força que fez eu conhecer as amizades que cultivo. Uma força que me levou a cruzar o caminho de outro ser, que segue comigo a 15 meses. Juntos, crescemos. Juntos, amadurecemos.

Este “juntos”, contudo, lê-se dentro do contexto anterior. Ele me faz crescer. Muito aprendi sobre a vida. Creio que comigo ele também aprendeu. E esta é a caminhada para a vida... Relações assim nos impulsionam para o melhor, para mudar, para o BEM.

A verdade absoluta ninguém sabe. Talvez nunca saberemos. Talvez apenas uns sabem. É hora de ACORDAR.

E a água então desceu por minha garganta. "Boa noite, pai". "Boa noite, mãe." "Boa noite Gabriel." "Boa noite, Lili." Até amanhã...


“eu não quero mais dormir

De olhos abertos me esquenta o Sol”
- Nando Reis

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